Procurando um Android barato? Saiba como escolhê-lo.
Sabe-se que a Apple planeja lançar em breve uma versão mais barata do iPhone, apelidada pelos comentaristas de “iPhone Nano“, embora já tenha sido revelado que ele não terá dimensões reduzidas. Por enquanto, o Android é a única plataforma mobile moderna, com a operação totalmente baseada na touch screen e com uma oferta massiva de apps para instalação, a oferecer smartphones com preços acessíveis. As outras plataformas ou pararam no tempo em termos de sistema operacional, como o Symbian, ou apostam exclusivamente no modelo hi-end, como o iPhone.
Ah, dá pra encontrar um Android mais barato! Que beleza, vou já comprar o meu! Muita calma nessa hora… a escolha de um modelo de entrada deve passar por algumas ponderações. É esse o objetivo desse artigo. Ajudar a quem não possui conhecimentos sobre a plataforma Android na escolha de um smartphone barato. Vamos às principais dicas.
Jamais se baseie simplesmente em especificações de hardware
A liberdade da qual gozam os fabricantes para que alterem o Android ao seu bel prazer faz com que o sistema operacional varie bastante entre os modelos oferecidos pelas diferentes marcas. Dessa forma, dependendo da competência e do bom-senso (às vezes escasso) de quem se encarrega de tais customizações, o sistema operacional pode oferecer grandes variações de desempenho entre smartphones com especificações de hardware muito semelhantes. É possível até que um modelo com processador mais modesto tenha um sistema mais ágil do que outro de configurações mais robustas.Para exemplificar esse tópico, cito como exemplo o Samsung Galaxy 5, um “pequeno notável”. O aparelhinho, um dos androids mais baratos disponíveis no Brasil, apresenta configurações de hardware modestas – até porque é um modelo “popular” – e já recebeu oficialmente o Android 2.2 Froyo. O sistema é incrivelmente ágil. É raro ver um modelinho de entrada com o sistema operacional fluindo daquela maneira, tanto em termos de navegação pela interface como no carregamento de apps e até na velocidade de boot.
Escolha um modelo que já conte com uma versão mais atual do Android
Os novos usuários não vislumbram a importância dessa dica. O Android mais barato tem sido a escolha de muita gente como primeiro smartphone. Para quem não tem o costume de usar esses gadgets, até mesmo Android 1.5 (Cupcake) pode ser muito sedutor quando comparado ao celular comum – feature phone – usado até então.
O problema é que, logo logo, os inconvenientes vão surgir. O principal deles é a impossibilidade de instalar diversos apps – muitos deles interessantes e de uso bem difundido, como por exemplo o Foursquare, que hoje não é mais compatível com o Cupcake. Com o passar do tempo, os apps vão sendo desenvolvidos para versões mais atuais do Android e as versões anteriores não são mais suportadas.
A preferência por uma versão mais atual do sistema operacional não é capricho de nerd aficionado por smartphones. Vá por mim, um sistema desatualizado gera transtornos até para o usuário comum.
Nunca, por hipótese alguma, confie em promessas de atualização do Android feitas pelos fabricantes
Esse tema já foi objeto de alguns artigos recentes tratando exclusivamente dele. A questão é a seguinte. Quando querem vender um modelo de Android que chegará ao mercado com uma versão desatualizada do sistema operacional, os fabricantes o lançam e prontamente divulgam que a atualização sairá muito em breve. A experiência mostra que você tem grandes chances de se dar mal caso compre um aparelho baseado em tais promessas.Se mesmo os modelos top, como o Motorola Milestone (top a época em que foi lançado), enfrentam problemas com descumprimento ou com gigantescos atrasos em tais promessas, o que esperar dos modelos de entrada? Tomando a Motorola como exemplo, se você comprou um modelo de entrada e espera por uma atualização do Android, pode esperar sentado.
A empresa se vangloria de povoar o mercado de dezenas e dezenas de diferentes Androids, com smartphones que resistem a um mergulho na privada e tudo mais, mas é muito provável que esses modelos fiquem condenados a passar a eternidade na mesma versão do sistema operacional com que foram lançados, como ocorreu com o Quench.
Xing-ling: você precisa saber evitar
Tudo que está sendo falado nesse artigo tem um objetivo: escolher um smartphone que ofereça a melhor experiência de usuário com o menor custo. Não adianta ele ser barato e apresentar uma terrível experiência de usuário.
Os equipamentos “genéricos” vindos da China, os chamados xing-ling, já incluem smartphones, ou phones não tão smart assim. Um Android xing-ling pode custar algo em torno de R$ 300,00 ou um pouco mais que isso.
O problema é justamente a (falta de) qualidade de construção do aparelho e a (terrível) experiência de usuário oferecida. Geralmente as telas apresentam problemas de resposta ao toque, as especificações de hardware são mentirosas, entre vários outros inconvenientes, além de você correr o risco de, daqui a algum tempo, ter o seu aparelho bloqueado pela Anatel.
Tenho em vista alguns Androids baratos. Qual eu devo escolher?
Analise-os seguindo as recomendações acima sem abrir mão de nenhuma delas. Qualquer dessas dicas, caso seja deixada de lado, poderá levar a uma escolha infeliz.
Quanto à atualidade da versão do sistema operacional, os modelos mais caros estão atualmenteno Android 2.3 Gingerbread ou indo para ele. Não há android barato com Gingerbread oficial. Você deve procurar um modelo econômico que venha pelo menos com o Froyo ou que já tenha atualização oficial disponível. Para isso é preciso ler sobre os modelos, de preferência em bons blogs e em fóruns de usuários.
O Samsung Galaxy 5 que usei como exemplo é vendido com o Android 2.1, mas a atualização para o Android 2.2 (Froyo) já pode ser feita através do software da Samsung (Kies) facilmente. OLG Optimus One P500 foi o primeiro modelo de entrada comercializado no Brasil a vir de fábrica com o Froyo, o que faz com que ele também ganhe pontos nessa disputa.
No mais, analise também suas próprias necessidades. O Galaxy 5 é um ótimo aparelhinho, mas peca por possuir uma tela muito pequena, de 2,8″. As dimensões reduzidas dele podem ser vistas como vantagem por quem procura um modelo menor e mais discreto. Para quem prefere uma tela maior, o Optimus One P500 pode ser uma boa pedida.
Os dois modelos citados acima são usados aqui apenas como exemplos. A ideia desse texto é ensinar a pescar. Como a tecnologia está em constante mudança, o peixe fresquinho de hoje poderá estar podre amanhã. Então não faz sentido ficar aqui dando peixe a ninguém.
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